País: Coreia do Sul
Número de episódios: 16
“King the Land” é uma irresistível comédia romântica que certamente vai iluminar seu rosto com um sorriso do início ao fim. A história gira em torno de Sa-rang, uma jovem que nutriu o sonho de trabalhar em um prestigioso hotel desde a infância. Seu sonho se realiza quando ela ingressa na renomada rede de hotéis King e, ao longo dos anos, se destaca entre os funcionários, ganhando seu lugar de destaque. Paralelamente, conhecemos Goo Won, um dos herdeiros em potencial do conglomerado que controla o hotel. Após uma estadia prolongada no Reino Unido, ele retorna à Coreia do Sul, onde seus caminhos se entrelaçam de maneira inesperada com o de Sa-rang. A partir desse momento, uma história de amor e comédia cativante se desenrola, prometendo muitos momentos encantadores ao público.
“Sorriso Real” é um conto de fadas travestido de drama coreano. Na série, acompanhamos Cheong Sa-rang (Im Yoon-ah), uma jovem que sonha em ser concierge de um grande hotel. Quando a conhecemos, ela está em um processo seletivo para ser contratada como trainee do Hotel King por um mês. Sa-rang é uma batalhadora, não vai deixar que nada a atrapalhe em seu sonho, como pode-se ver na sequência em que é entrevistada para a vaga.
A série também acompanha Gu-Won (Jun-Ho Lee), um rapaz bonito cuja única característica dada pelo texto é ser herdeiro de um império que inclui o Hotel King. Para mostrar o quanto ele é “diferente”, a série o introduz enquanto salta de paraquedas, de terno e gravata, para chegar ao hotel da família.
Após um breve contato entre seus protagonistas, “Sorriso Real” tem uma passagem de tempo, de 2015 aos dias atuais. Nesse meio, Sa-rang subiu na carreira e ficou noiva, enquanto Gu-Won resolveu estudar. Quando ele finalmente precisa voltar ao hotel, o reencontro deles é inevitável. A série segue a batida, mas sempre eficaz, fórmula do “de rivais a amantes”, tudo, é claro, do jeito coreano.
Voltando à pergunta que abre este texto, os doramas funcionam devido a seu grande apelo popular. “Sorriso Real” segue a fórmula que deu certo em “Uma Advogada Extraordinária”, abusando da comicidade e da ingenuidade de seus personagens. A série também aposta muito, mas muito mesmo, no romance entre seus protagonistas.
A história de Sa-rang é a história da Cinderela, uma plebeia que ousa entrar na realeza mesmo que não seja qualificada para isso, como o primeiro episódio inicialmente reforça – o hotel é o palácio e Gu-Won, obviamente, é o príncipe. No intuito de manter aceso o interesse do público no romance, a série abusa do “quase”, com várias sequências nas quais o público pensa “agora vai”, mas os doramas não são assim, e o sucesso talvez venha justamente disso.
Há uma pureza intencional nos personagens de “Sorriso Real” e em sua trama, característica que reforça o aspecto conto de fadas da série e que pede que o espectador ignore todo o resto. Gu-Won não é interessante, mas é bilionário e bonito, o que parece bastar para o texto e seu conflito: uma jovem batalhadora de origem humilde desperta o interesse do solteirão nobre e cobiçado. Há poucos conflitos reais na série, que escolhe não se aprofundar em nenhuma das questões sociais que aborda superficialmente. Novamente, essa fuga da realidade é justamente o que desperta e mantém o interesse do público.
“Sorriso Real” é uma série fácil para quem procura uma série fácil. A série nunca desafia o espectador e oferece a ele justamente o que ele procura. Quer uma história de amor ingênua, um conto de fadas moderno com convenções antigas? A série da Netflix é para você. Caso contrário, melhor nem arriscar, pois “Sorriso Real” consegue ser muito mais constrangedora do que divertida para um público mais exigente.