Quem foi Nilo Peçanha? O único presidente negro da história do Brasil que está bombando
Se você já digitou “presidente Nivo Peçanha” no Google e se perguntou quem diabos é esse cara? Calma, não é um presidente fictício nem um meme novo, é um erro de ortografia que está levando milhares de brasileiros a redescobrir Nilo Peçanha, o 7º presidente da República (1909-1910) e o primeiro e único presidente negro do Brasil. Em pleno 2025, o nome dele (quase sempre escrito errado como “Nivo”) viralizou nas buscas, e a gente explica o motivo dessa curiosidade repentina.
Quem foi Nilo Peçanha, o presidente negro que o Brasil tentou “embranquecer”?
Nascido em 2 de outubro de 1867, em Campos dos Goytacazes (RJ), Nilo Procópio Peçanha veio de origem humilde: filho de um padeiro e de uma mulher descendente de família com ascendência africana. Formado em Direito no Recife, ele foi abolicionista, republicano e subiu na política da Primeira República com habilidade impressionante.
- 1906: Eleito vice-presidente na chapa de Afonso Pena.
- 14 de junho de 1909: Com a morte súbita de Pena (pneumonia), Nilo assume aos 41 anos, o presidente mais jovem da história até então.
- Mandato curto, mas marcante: Governou até 15 de novembro de 1910 com o lema “Paz e Amor”, tentando acalmar as brigas entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais (a famosa “política café com leite”).
Apesar do tom de pele escuro, Nilo Peçanha sofreu racismo constante. A imprensa da época publicava charges ofensivas, e fotos oficiais eram retocadas clareavam sua pele para “embranquecê-lo”. Historiadores confirmam: ele é considerado o único presidente negro ou mulato do Brasil até hoje – mais de 115 anos depois, ninguém repetiu o feito.

O que Nilo Peçanha fez pelo Brasil? Legado que você usa até hoje
Seu governo de apenas 17 meses foi cheio de avanços modernos:
- Criou o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.
- Fundou o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), precursor da FUNAI, com Cândido Rondon na chefia.
- Revolucionou a educação: Decreto nº 7.566 criou as Escolas de Aprendizes Artífices – as primeiras escolas técnicas federais do país, que deram origem aos atuais Institutos Federais (IFs). Por isso, ele é o patrono oficial da educação profissional e tecnológica no Brasil (Lei 12.417/2011).
- Frase icônica: “O Brasil de hoje saiu das academias; o Brasil de amanhã sairá das oficinas”.
Depois da presidência, foi senador, governador do Rio novamente e candidato em 1922 pela “Reação Republicana”. Morreu em 31 de março de 1924, aos 56 anos.
Por que todo mundo está procurando “presidente Nivo Peçanha” agora?
O erro de digitação “Nivo” (em vez de Nilo) explodiu nas buscas recentemente, provavelmente impulsionado por debates sobre representatividade negra na política, mês da Consciência Negra (novembro) e artigos virais resgatando figuras esquecidas da história. Fontes como BBC, Alma Preta e Politize! publicaram matérias recentes destacando que o Brasil nunca mais teve um presidente negro no cargo máximo – e isso reacende a curiosidade.
Resultado? Milhares de buscas mensais, memes sutis no Twitter/X e debates sobre racismo estrutural na República Velha.
Curiosidades sobre Nilo Peçanha que você não sabia
- Cidades batizadas em sua homenagem: Nilópolis (RJ) e Nilo Peçanha (BA).
- Apelido dos seguidores: “nilistas”.
- Racismo da época: Em 1921, cartas falsas vazadas o chamaram de “mulato” para atacá-lo na eleição.
- Fotos oficiais eram manipuladas para clarear a pele, prática comum no “embranquecimento” brasileiro.
Quer saber mais?















