CEO da Innospace pede desculpas após falha em lançamento de foguete no Brasil e promete novo voo em 2024
O CEO da empresa sul-coreana Innospace, Kim Soo-jong, expressou publicamente seu pedido de desculpas nesta terça-feira (23) após o fracasso do primeiro lançamento comercial de um foguete a partir do Brasil. A missão, que partiu do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, na véspera, era considerada estratégica para a expansão comercial da companhia no país.
Poucos segundos após a decolagem, uma falha técnica interrompeu a ascensão do foguete HANBIT-Nano. Segundo a Innospace, uma anomalia foi detectada aproximadamente 30 segundos após o lançamento, levando à decisão de executar uma queda controlada do veículo. A empresa assegura que o procedimento seguiu os protocolos de segurança e ocorreu dentro da zona de queda previamente definida, sem causar danos.
Apesar do contratempo, a Innospace afirmou ter coletado dados valiosos sobre voo, propulsão e operação em ambiente real. A empresa considera essas informações cruciais para a correção de falhas e o aumento da confiabilidade em futuras tentativas. Conforme informação divulgada pela Innospace, a companhia dará início às correções técnicas necessárias e verificações adicionais, visando retomar os lançamentos comerciais no primeiro semestre do próximo ano.
Missão Spaceward frustrada em Alcântara
O lançamento do foguete HANBIT-Nano ocorreu na noite de segunda-feira (22), às 22h13, com transmissão ao vivo. Durante a exibição, a equipe responsável pela missão comunicou: “We experienced an anomaly during the flight” (Nós experimentamos uma anomalia durante o voo), antes que o sinal fosse interrompido. O voo não tripulado tinha como objetivo principal colocar em órbita equipamentos para coleta de dados ambientais, testes de comunicação, monitoramento de fenômenos solares e validação de tecnologias de navegação.
Foguete HANBIT-Nano e cargas úteis
O foguete HANBIT-Nano possui 21,3 metros de altura e cerca de 20 toneladas, com capacidade para transportar múltiplas cargas leves. Nesta missão, o foguete levava oito cargas úteis, sendo sete brasileiras e uma indiana, com um peso total aproximado de 18 quilos. Entre os equipamentos brasileiros estavam os satélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B, da Universidade Federal de Santa Catarina, além de sistemas de navegação desenvolvidos por empresas nacionais com o apoio da Agência Espacial Brasileira.
Innospace busca aprendizado com o revés
A Innospace declarou que utilizará a experiência adquirida com este lançamento como um “trampolim” para aprimorar sua maturidade tecnológica. A empresa se comprometeu a empenhar esforços máximos para apresentar resultados mais estáveis e significativos em suas próximas missões. A companhia acredita que, assim como outras grandes empresas globais de lançadores, o acúmulo de dados reais nas fases iniciais de seus lançamentos comerciais será fundamental para elevar a probabilidade de sucesso futuro.
Operação de lançamento contou com 27 profissionais
A operação de lançamento em Alcântara envolveu um total de 27 profissionais dedicados ao monitoramento e autorização de cada etapa do processo. A falha em Alcântara, apesar de frustrante, demonstra os desafios inerentes ao desenvolvimento e lançamento de foguetes. A Innospace agora foca em corrigir os problemas identificados para garantir o sucesso de seus futuros empreendimentos espaciais no Brasil.















