A lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é uma das lesões mais temidas no universo esportivo, mas também uma preocupação para a saúde geral do joelho. Para desvendarmos este tema crucial — desde a sua função vital, mecanismos de lesão e, principalmente, as opções de tratamento e o caminho da recuperação, realizamos uma entrevista com o Dr. Bruno Paschoa, Ortopedista especialista em Joelho.
Baseado no conteúdo especializado de sua página, o Dr. Paschoa compartilha informações essenciais sobre a anatomia, o diagnóstico, a decisão entre tratamento conservador e cirúrgico, os tipos de enxerto utilizados e o papel fundamental da reabilitação pós-cirúrgica, oferecendo um panorama completo para quem busca entender ou está lidando com essa condição.
Entrevistador (E): Dr. Bruno, muito obrigado por nos receber. A lesão do Ligamento Cruzado Anterior, ou LCA, é uma preocupação comum, especialmente para atletas. Para começar, gostaríamos que o senhor explicasse, de forma simples, qual é a função essencial deste ligamento no nosso joelho.
Dr. Bruno Paschoa (BP): É um prazer. O LCA é, de fato, um dos pilares da estabilidade do joelho. Ele está localizado bem no centro da articulação e sua principal função é atuar como um limitador de movimento. Especificamente, ele impede que a tíbia (osso da canela) deslize excessivamente para frente em relação ao fêmur (osso da coxa). Além disso, ele é fundamental na estabilidade rotacional do joelho. Uma lesão nele resulta em instabilidade, o que, a longo prazo, aumenta significativamente o risco de lesões secundárias em outras estruturas, como meniscos e cartilagem, acelerando o processo de artrose.

E: E como essa lesão costuma acontecer? Quais são os movimentos de maior risco?
BP: A lesão do LCA é geralmente uma lesão de entorse não-contato, comum em esportes que exigem mudanças rápidas de direção, saltos e aterrissagens. O mecanismo de lesão mais frequente é quando o paciente faz um movimento de desaceleração ou de rotação brusca do joelho com o pé fixo no chão, frequentemente associado a um movimento em valgo – aquele em que o joelho “cai para dentro”. Isso gera um estresse excessivo, que o ligamento não suporta.
E: Imediatamente após a lesão, quais são os sintomas que o paciente deve observar e que o levam a procurar um especialista?
BP: O sintoma mais clássico é a dor súbita e, muitas vezes, o paciente relata ter ouvido um estalo forte no joelho. Quase que imediatamente, ocorre inchaço (derrame articular) e uma sensação clara de instabilidade, como se o joelho estivesse “solto” ou “falhando”. A dificuldade em caminhar ou subir escadas também é comum. O diagnóstico é feito com uma avaliação clínica detalhada, onde realizamos testes específicos como o Teste de Lachman e o Teste da Gaveta Anterior. A confirmação e a avaliação de lesões associadas são realizadas por meio da Ressonância Magnética (RM).
E: Essa é a grande questão: a lesão do LCA exige cirurgia em todos os casos?
BP: Não, o tratamento é sempre individualizado e deve considerar diversos fatores como a gravidade da lesão, a idade do paciente, seu nível de atividade física e, principalmente, seus objetivos. Para pacientes que são menos ativos, idosos, ou que sofreram lesões parciais, o tratamento conservador, focado em fisioterapia e reabilitação, pode ser recomendado com sucesso.
No entanto, para a maioria das pessoas ativas e, em especial, para quem deseja retornar a esportes de alta intensidade – o que é o perfil majoritário das lesões de LCA – a reconstrução cirúrgica é o tratamento de escolha. A cirurgia visa restaurar a estabilidade do joelho usando enxertos de tecido para substituir o ligamento lesionado.
E: Quais são os tipos de enxertos mais utilizados na cirurgia de reconstrução?
BP: Os enxertos mais seguros e eficazes são os do próprio paciente, chamados de enxertos autólogos. Os mais comuns são os tendões isquiotibiais (semitendíneo e grácil), o terço central do tendão patelar ou o tendão quadricipital. A escolha depende da preferência do cirurgião, das características do paciente e do tipo de esporte que ele pratica. Em casos específicos, como em lesões multiligamentares ou na falta de enxertos do paciente, podemos recorrer aos enxertos homólogos (de cadáver).
E: Por fim, a recuperação é um processo longo e crucial. Qual a importância da reabilitação e o que o paciente pode esperar após a cirurgia?
BP: A reabilitação pós-cirúrgica é, sem dúvida, o fator mais importante para o sucesso a longo prazo. Não basta apenas a cirurgia ser bem-feita. O paciente deve se submeter a um programa de fisioterapia progressivo, focado no fortalecimento muscular ao redor do joelho, na melhora da amplitude de movimento e na recuperação da propriocepção – a capacidade do corpo de perceber sua posição no espaço.
O retorno às atividades normais e, principalmente, aos esportes, é gradual e supervisionado, respeitando o tempo biológico de cicatrização do enxerto. É um processo que exige dedicação e disciplina, mas que, quando seguido corretamente, permite que a maioria dos pacientes, incluindo atletas de elite como Tom Brady, Zlatan Ibrahimović e Klay Thompson, volte ao alto nível de desempenho e tenha uma excelente qualidade de vida.
E: Dr. Bruno Paschoa, agradecemos imensamente pelos esclarecimentos.
BP: Eu que agradeço a oportunidade. É fundamental que as pessoas busquem sempre um ortopedista especialista em joelho para uma avaliação e orientação adequadas.
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