Loja Zara foi indiciada por racismo
A policial que investiga o caso de racismo na loja Zara de um shopping em Fortaleza- Ceará, será encaminhado ao Ministério Público (MP). Durante a investigação foi revelado que o estabelecimento emitia um sinal sonoro para alertar quando pessoas “fora do padrão da grife” entravam na loja. O caso foi explicado em coletiva após a conclusão de inquérito que investiga crime de racismo contra uma delegada negra em uma loja Zara no Shopping Iguatemi de Fortaleza.
O gerente da loja, Bruno Filipe Simões Antônio, de 32 anos, é de naturalidade portuguesa e foi indiciado pela polícia pelo crime de racismo – a pena é reclusão de 1 a 3 anos. O crime de racismo pode gerar prisão de 1 a 3 anos e multa ao funcionário suspeito. A loja também pode receber uma punição cível.
Delegado fala sobre o caso
De acordo com o delegado, uma funcionária explicou como faziam:
“Quando a frase era anunciada no som da loja, a partir daquele momento, a pessoa não era mais tratada como cliente, mas como uma pessoa nociva ao atendimento normal. A partir dali, as pessoas as pessoas estavam sob vigilância. Geralmente eram pessoas consideradas mal vestidas, dentro do padrão deles, ou pessoas de cor”, diz o delegado.
Para o delegado, as provas levantadas mostram que a Zara tinha “uma política de atendimento racista, preconceituosa e discriminatória”.
Em nota, a loja Zara falou sobre o ocorrido:
Leia a nota da Zara sobre o caso:
A Zara Brasil, que não teve acesso ao relatório da autoridade policial até sua divulgação nos meios de comunicação, quer manifestar que colaborará com as autoridades para esclarecer que a atuação da loja durante a pandemia Covid-19 se fundamenta na aplicação dos protocolos de proteção à saúde, já que o decreto governamental em vigor estabelece a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes públicos. Qualquer outra interpretação não somente se afasta da realidade como também não reflete a política da empresa. A Zara Brasil conta com mais de 1800 pessoas de diversas raças e etnias, identidades de gênero, orientação sexual, religião e cultura. Zara é uma empresa que não tolera nenhum tipo de discriminação e para a qual a diversidade, a multiculturalidade e o respeito são valores inerentes e inseparáveis da cultura corporativa. A Zara rechaça qualquer forma de racismo, que deve ser combatido com a máxima seriedade em todos os aspectos.