O Que Aconteceu
Hungria consumiu vodca na casa de um amigo em Vicente Pires, Brasília, horas após interagir com fãs na Asa Sul. Sintomas como dor de cabeça intensa e “gosto de gasolina na boca” surgiram rapidamente, levando à internação. A polícia investiga a origem da bebida, possivelmente de São Paulo, onde ele se apresentou recentemente.
Atualização do Estado de Saúde
Transferido para UTI, o artista recebe hemodiálise para remover toxinas e etanol para neutralizar o metanol. Familiares, como a irmã Manoela Hungria, relatam melhora, mas o Ministério da Saúde aguarda laudos finais para confirmar a intoxicação. O ministro Alexandre Padilha monitora o caso de perto.
Quem é Hungria Hip Hop
Nascido em Ceilândia (DF), o “Rapper do Sertanejo” tem sucessos como “Lembranças” e “Dubai”, com mais de 12 milhões de seguidores no Instagram. Seu álbum Virou Verão (2025) inclui feats com Léo Santana e Gusttavo Lima. Shows em Minas Gerais foram cancelados.
O rapper Hungria Hip Hop, cujo nome real é Gustavo da Hungria Neves, chocou fãs e a cena musical brasileira ao ser internado de forma emergencial na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, na manhã de 2 de outubro de 2025. A suspeita principal é de intoxicação por metanol, uma substância tóxica usada para adulterar bebidas alcoólicas, em um contexto de alerta nacional sobre casos semelhantes que já causaram mortes em São Paulo e Pernambuco. Este incidente, que pode marcar o primeiro registro no Distrito Federal, interrompeu abruptamente a agenda lotada do artista, conhecido por hits que misturam rap, sertanejo e funk, e reacende debates sobre a segurança de produtos alcoólicos no país.
Contexto do Incidente: Uma Noite que Virou Pesadelo
Tudo começou na madrugada de quinta-feira, 2 de outubro, quando Hungria, de 34 anos, decidiu relaxar na casa de amigos no bairro Vicente Pires, uma região administrativa a cerca de 20 km do centro de Brasília. Horas antes, o cantor havia sido visto na Asa Sul, posando para fotos com admiradores e demonstrando o carisma que o consagrou como uma das vozes mais versáteis da música brasileira. Lá, ele consumiu uma garrafa de vodca, sendo o único do grupo a beber daquela embalagem específica – um detalhe crucial para as investigações em curso.
Os sintomas surgiram de forma avassaladora poucas horas depois: cefaleia lancinante, náuseas, vômitos, turvação visual e uma sensação descrita pela irmã do artista, Manoela Hungria, como “gosto de gasolina na boca”. Desesperado, Gustavo procurou atendimento no Hospital DF Star, uma unidade particular renomada na capital federal. Inicialmente admitido em leito comum, seu quadro evoluiu para acidose metabólica – um desequilíbrio grave no pH sanguíneo causado pelo acúmulo de ácidos tóxicos –, justificando a transferência imediata para a UTI sob os cuidados do Dr. Leandro Machado.
A assessoria de imprensa do rapper emitiu uma nota oficial por volta do meio-dia, confirmando a suspeita de adulteração da bebida e ligando o episódio aos surtos recentes em São Paulo, onde Hungria se apresentou no fim de semana anterior, em shows lotados que celebravam o lançamento de seu álbum Virou Verão. “Estamos priorizando a saúde do artista e cancelamos os compromissos imediatos”, declarou a equipe, anunciando o adiamento de apresentações em Ribeirão das Neves e Curvelo, em Minas Gerais, marcadas para 3 e 5 de outubro. Fãs lotaram as redes sociais com mensagens de apoio, impulsionando hashtags como #ForçaHungria e #HungriaForte, que rapidamente entraram nos trends do X (antigo Twitter).
Estado de Saúde: Estável, mas Sem Previsão de Alta
Boletins médicos atualizados ao longo do dia trouxeram alívio parcial à família e aos seguidores. Hungria está lúcido, cooperativo e sem risco iminente de complicações fatais, graças a um protocolo agressivo de tratamento: sessões contínuas de hemodiálise, que filtram o sangue para eliminar as toxinas, combinadas com infusões de etanol – uma substância que compete com o metanol no fígado, reduzindo sua metabolização em formaldeído e ácido fórmico, os verdadeiros vilões da intoxicação. “Ele está respondendo bem, mas precisamos de tempo para os exames toxicológicos completos”, relatou Manoela em entrevista exclusiva ao Correio Braziliense, destacando o susto inicial da família.
O Ministério da Saúde, atento à repercussão do caso envolvendo uma celebridade, criou uma “sala de situação” dedicada ao monitoramento de intoxicações por metanol. Durante coletiva à tarde, o ministro Alexandre Padilha anunciou que exames preliminares no Hospital DF Star detectaram traços da substância no organismo do rapper, elevando o total nacional de casos confirmados para 12 – com Hungria como o primeiro no DF. No entanto, em uma reviravolta que gerou confusão na imprensa, a pasta recuou minutos depois, esclarecendo que o laudo definitivo ainda está pendente e que o diagnóstico permanece como “suspeito”. Essa cautela reflete a complexidade dos testes laboratoriais, que demandam análise precisa para diferenciar metanol de outros álcoois.
Especialistas em toxicologia alertam que os efeitos do metanol podem ser devastadores se não tratados precocemente: cegueira permanente, falência renal, danos neurológicos e, em casos graves, coma ou óbito. Felizmente, a intervenção rápida parece ter evitado o pior para Hungria, mas sequelas de longo prazo não estão descartadas. “O quadro é estável, mas o monitoramento será intensivo nas próximas 48 horas”, enfatizou o hospital em comunicado conjunto com a assessoria.
A Crise Nacional de Metanol: Números e Investigação em Curso
O caso de Hungria não é isolado; ele surge em meio a uma onda alarmante de intoxicações por metanol no Brasil, impulsionada pela adulteração de bebidas baratas para reduzir custos de produção. Desde setembro de 2025, o país registra 59 notificações, com 12 confirmações laboratoriais: 9 em São Paulo (epicentro da crise, com pelo menos 6 mortes – uma confirmada e cinco em investigação) e 3 em Pernambuco. Outros 47 casos estão sob análise, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) intensificou fiscalizações em distribuidoras e pontos de venda.
No Distrito Federal, até então imune aos relatos, a Polícia Civil agiu rápido: a 1ª Delegacia (Asa Sul) instaurou inquérito para apurar a cadeia de suprimentos da vodca consumida. “Estamos colhendo depoimentos de familiares e amigos, e peritos analisarão a embalagem remanescente. A bebida pode ter sido adquirida aqui ou trazida de São Paulo”, informou o delegado responsável. Autoridades recomendam aos consumidores evitar garrafas de origem duvidosa, especialmente vodcas e cachaças de baixa qualidade, e busquem atendimento imediato ao menor sinal de sintomas, que surgem 12 a 24 horas após a ingestão.
| Aspecto | Detalhes Nacionais (até 2/10/2025) | Impacto no Caso de Hungria |
|---|---|---|
| Casos Confirmados | 12 (9 em SP, 3 em PE) | Suspeito (aguardando laudo final) |
| Notificações Totais | 59 (47 em investigação) | Primeiro potencial no DF |
| Mortes Associadas | 6-7 em SP (1 confirmada) | Nenhum risco iminente |
| Tratamento Padrão | Hemodiálise + etanol | Em andamento na UTI |
| Origem Suspeita | Adulteração em bebidas baratas | Vodca consumida em Vicente Pires |
| Medidas Governamentais | Sala de situação no MS; Fiscalizações da Anvisa | Inquérito policial no DF |
Essa tabela resume a dimensão da crise e o posicionamento específico do caso do rapper, destacando a urgência de ações preventivas.
Quem é Hungria Hip Hop: Da Periferia ao Sucesso Nacional
Gustavo da Hungria Neves nasceu em 1991 em Ceilândia, uma das periferias mais pulsantes de Brasília, onde o hip-hop floresceu como ferramenta de empoderamento social. Aos 14 anos, ele lançou sua primeira faixa, “Hoje Tá Embaçado”, marcando o início de uma carreira que o transformaria no “Rapper do Sertanejo” – um apelido que captura sua fusão inovadora de rimas urbanas com melodias country e batidas dançantes. Com mais de 12 milhões de seguidores no Instagram e 15 milhões de inscritos no YouTube, Hungria transcende gêneros, alcançando públicos diversos.
Seus maiores hits incluem “Lembranças” (2017), um hino de superação que acumula bilhões de streams; “Dubai” (2018), celebração de ascensão social; e “Amor e Fé” (2020), que infunde espiritualidade em flows cativantes. Parcerias com astros como Lucas Lucco (“Quebra-Cabeça”, 2019) e Gusttavo Lima (“Eu Vou Te Buscar”) o posicionaram como ponte entre o rap periférico e o mainstream sertanejo. Em fevereiro de 2025, o álbum Virou Verão consolidou esse legado, com colaborações de Léo Santana, WIU, MC Don Juan, Grelo e Psirico, rendendo críticas elogiosas por sua versatilidade.
Fora dos palcos, Hungria ganhou holofotes em 2024 durante os Jogos Olímpicos de Paris, quando o canoísta Isaquias Queiroz citou versos de “Um Pedido” em entrevista pós-medalha de ouro. O gesto, retribuído com um convite para visita em Brasília, humanizou o artista e reforçou seu papel como ícone de orgulho nacional. Sua filantropia, incluindo ações em comunidades de Ceilândia, só amplia seu apelo. Agora, com a saúde em foco, a indústria musical se une em solidariedade, torcendo por uma recuperação que permita o retorno triunfal aos holofotes.
Impactos e Reflexões: Um Alerta para a Saúde Pública
O internamento de Hungria não só paralisa sua turnê, mas serve como catalisador para discussões urgentes sobre regulação de bebidas alcoólicas. Especialistas cobram punições mais severas a produtores clandestinos e campanhas educativas mais veementes. “Casos como esse expõem vulnerabilidades cotidianas, afetando celebridades e anônimos igualmente”, comentou um toxicologista da Universidade de Brasília em análise ao Metrópoles. Enquanto laudos pendem, a torcida pelo rapper cresce, transformando um susto pessoal em um chamado coletivo por segurança.
Atualizações sobre o estado de saúde de Hungria Hip Hop serão monitoradas de perto, com expectativa de novos boletins nas próximas horas. Fique ligado para mais novidades sobre o rapper internado com suspeita de metanol e a evolução da crise nacional.
